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Terça-feira, 16 de Setembro de 2008
Timidez - Exercícios simples
Tenho tido ultimamente muitos pedidos (através do meu e-mail) de ajuda sobre situações relacionadas com a timidez. É um dos problemas mais recorrentes. Infelizmente o meu tempo não é dos que mais esticam. Assim, preparei alguns artigos sobre a timidez que irei colocar aqui nas próximas duas semanas.


Peço desculpa a todos os que não respondi.

Embora nem todas as pessoas tímidas tenham a auto-estima baixa, a timidez é normalmente vista como um sintoma de falta de auto-confiança ou medo. Quando se é tímido, é vulgar admitirmos que se tem medo do que as outras pessoas pensem de nós. timidez doceOcasionalmente, a timidez é normal. Mas quando se torna um hábito e condiciona a nossa vida, é um problema muito sério.

Proponho aqui um conjunto de exercícios para, de alguma forma, diminuirmos a nossa timidez. Faça uma lista, no papel, que coisas que goste em si. Pode escrever o que quiser, desde a forma como assobia até à forma como aquela roupa lhe fica bem. Tudo é válido desde as coisas mais simples até às mais complexas.

Isto não significa que está a ignorar as duas fraquezas ou fingir que não existem. Este é apenas um exercício para lhe mostrar ou forçar a reparar nas coisas boas que tem. Não inclua coisas como o sucesso financeiro ou a admiração dos seus pares. Afinal, a auto-confiança tem a ver com a forma como se vê a si próprio e não como os outros o vêem. Quando ler o papel, no fim, verá as forças e as virtudes que tem. Repita este exercício várias vezes, tentando aumentar em um ou dois os items da lista de cada vez que a escreve.

Procure um hobby em que se sinta bem e que faça bem. Pode ser qualquer coisa. Mas um valor exterior é uma forma de aumentar a nossa auto-estima. Da mesma forma, fale sobre esse hobby a pessoas chegadas. Se o seu trabalho é de valor será reconhecido e aos poucos ganhará confiança e perderá a timidez nessa campo. Aos poucos, essa sensação irá contagiar o resto da sua vida e todas as suas acções.

Voluntarie-se para um trabalho comunitário. Trabalhar em prol dos outros aumenta em muito a imagem que temos de nós. E, ao mesmo tempo, damos de volta à comunidade um serviço inestimável. Diminui-nos a nossa timidez e torna-nos seres humanos mais valiosos. Ao seu lado estarão pessoas de todos os extractos sociais. Lado a lado, fazendo o mesmo trabalho. timidez urbanaIsso da-nos uma sensação de igualdade. Esse pode ser o nosso local seguro onde procuramos abrigo quando nos sentimos mais excluídos.

Conquistando esses sentimentos de falta de auto-estima, irá ver que é um ser humano como todos. Com falhas e com virtudes. E essas virtudes são diferentes das virtudes de todos os outros. Pelo menos o grupo será diferente. O que faz de cada um de nós um ser único, maravilhoso e que merece encarar a vida de cabeça erguida, de igual.

publicado por Zen às 02:03
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Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008
As 7 questões que se deverá colocar antes de entrar com o papéis de divórcio.

Ainda sente alguma coisa pela pessoa que se prepara para deixar?

Está a sentir os seus sentimentos diminuirem até desaparecerem ou sente-se impotente perante uma situação/problema que ensombra a relação? Se ainda existem sentimentos de carinho e afecto deverá ainda explorar outra saída antes de partir para uma guerra aberta.

Acredite que ninguém quer chegar a meio de um divórcio e perceber que está a cometer um erro. Pense bem.
 

o divorcio e as crianças

 

Houve, alguma vez, uma relação a sério?

 

Se verificar que o seu casamento não passou de duas pessoas a dividir um espaço e as responsabilidade financeiras, então sim: o divórcio é o melhor caminho a seguir. O casamento é um acumular de vivências e cumplicidades que se não nos entregarmos inteiramente, nunca funcionará.

 

Quer mesmo divorciar-se ou está apenas a ameaçar que se divorcia?

 

Verifique se é isso mesmo que quer ou se está apenas a chantangiar com vista a ganhar uma posição de poder. Se se sente num estado de frustração, existem muitas outras formas de conseguir fazer ouvir a sua voz.

 

A sua decisão de se divorciar é baseada em emoções ou está mesmo ciente que só existe essa opção?

 

Se está mesmo ciente dessa opção tem de estar pronta a cortar todo e qualquer laço com a pessoa com quem dividiu a sua vida. Isso implicará cruzar-se em público quando essa pessoa refizer a sua vida ao lado de uma terceira pessoa.

 

O que está a motivar o seu divórcio?

 

Não espere que, ao divorciar-se, o seu companheiro a trate com mais justiça ou respeito. Se pensa isso, está a separar-se pelas razões erradas. Frequentemente o divórcio representa um desfilar de insultos, acusações e confrontos. Muitas vezes nem sequer deixando espaço a mais diálogo para além do que é extritamente necessário.

 

Pensou em todas as consequências negativas do divórcio?

 

Terá de repensar em toda a sua vida. Reinventar todos os seus objectivos e sonhos. Terá de aprender de novo a viver. Pense em todas as coisas que habitualmente não faz sozinha e pense que, a partir desse momento, terá de fazer.

 

Será capaz de agir de uma forma madura após o divórcio?

 

Nada é mais feio que um casal a divorciar-se e que não se sabem comportar à altura. O que infelizmente é o mais frequente. As pessoas só pensam em magoar-se e atingir-se, por vezes com demasiada força e violência. Pense acima de tudo, se tiver crianças pelo meio, que eles serão a arma de arremesso principal se não souberem ser adultos.

 

Os filhos, não deverão ser motivo para a não separação. Mas têm de perceber que os seus interesses têm de ser salvaguardados a todo o custo.

publicado por Zen às 00:09
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Segunda-feira, 25 de Junho de 2007
Uma carta
Uma das terapias que utilizo para canalizar a raiva é a de verbalizar. Ou seja, peço às pessoas para escreverem uma carta, um texto, qualquer coisa de forma a poderem ver o que sentem em determinado momento da sua vida. O texto que apresento aqui, foi escrito por uma pessoa que sigo há muitos anos. Vou-lhe chamar Manuel, protegendo a sua identidade, obviamente.

"Vejo-te dormir sossegada, calma e serena. Ainda há pouco discutíamos e agora, dormindo serena, já não apreces a fera que eras à duas horas atrás. Porque disseste o que disseste? Porque me magoas deliberadamente. Porque tem de ser sempre assim?


Tens o condão de despertar em mim tudo o que há de mau. Tudo aquilo que tenho medo que os outros vejam. Tudo aquilo que eu tenho medo de ser, e sou. Salta cá para fora tudo aquilo que enterrei bem fundo, onde eu julgo que nem eu posso encontrar. A raiva, a violência. O ódio. Sempre me considerei uma pessoa pacata. Nunca gostei de levantar grandes ondas, nem discutir só por discutir. Mas tu consegues-me tirar do sério. Esquecer todos os ensinamentos Budistas que abundam a minha cabeça. Consegues-me fazer esquecer quem sou, quem quero ser.


Amo-te com a força de mil guerreiros da Luz. Amo-te e faria tudo por ti. TUDO! Mas sinto que me fazes mal. Que me matas aos poucos por dentro. Apenas tenho medo que um dia, me esqueça do que quero ser e deixe vir ao de cima a verdadeira besta. Aquilo que eu não quero ser. Aquilo que todos conseguimos ser numa altura ou n'outra da nossa vida. Nessa altura, só peço coragem e força para voltar a adormecer o bicho. Voltar a ser eu.


Depois vejo-te assim, serena e calma. A dormir. Imagino o teu sonho. Imagino o que te passará pela cabeça. Sem nunca desejar de facto saber o que por lá anda. Isso nunca. Não conseguiria sobreviver a pensar que pensas o que acho que pensas. Tenho medo que me deixes. Pavor mesmo. No entanto, em certas alturas penso que seria o melhor. Melhor para ti. Melhor para o nosso filho. Em ocasião nenhuma ele poderá ver a pessoa que eu posso ser. Não quero. Não posso. Não seria justo. Não para ele. Tem tempo para perceber o quão más as pessoas podem ser. O quão vis e insensíveis.


Ele tem tempo para ver a raiva e o ódio. Deixa-o viver ainda no mundo de fantasia. Tem tempo. Agora, aqui, acordado, com o mundo inteiro a passar-me pela vista, penso o que devo fazer. O que é mais simples? O que é mais correcto? O que é mais justo? Sinceramente, não sei. Não consigo tomar esta decisão. Não consigo. Sou um fraco. Mas sou eu.


Não sirvo para muito. Mal consigo manter esta casa. São mais os problemas que trago que os que resolvo. E mesmo os que resolvo, normalmente é apenas para criar mais problemas. Sei que o problema sou eu. Mas vou resolver isto. De uma vez por todas. E tu, e principalmente ele, ficarão para sempre bem."


Manuel tentou suicidar-se após ter escrito este texto. Foi impedido por um amigo que me ligou de madrugada. Desde então tem sido um caminho penoso mas proveitoso. O amor próprio estava destruído e a auto-estima era completamente inexistente. Agora já consegue sorrir e olhar as pessoas de frente. Mas não é facil especialmente para ele.

Antes de se iniciar no jogo destrutivo das culpas, verbalize o que sente. Escreva-o. Depois, uns dias depois, releia como se fosse um texto de outra pessoa. Veja exactamente a pessoa que se está a tornar e pense se é isso que quer para si. Muitas vezes olhar para nós do ponto de vista da terceira pessoa, da-nos o abanão suficiente para andarmos em frente.
publicado por Zen às 11:32
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Domingo, 26 de Novembro de 2006
Dôr
É imensamente mais fácil falarmos das dores dos outros. É simples sermos racionais e directos. Sermos calculistas e pensarmos qual a melhor palavra, como colocarmos os braços, como olharmos. é facil prevermos o momento certo em que colocamos a nossa mão no ombro de quem sofre, de forma a que sinta o carinho certo no momento certo.

Hoje falo-vos sem essa preparação. Hoje falo sem premeditação. Pelo primeira vez escrevo de improviso. Sobre um dos temas mais abrangentes que podem haver: a dôr. E escrevo isto com lágrimas nos olhos porque me doi.

Hoje perdi o meu pai. Perdi-o para a doença mais estúpida que existe. Sempre o vi forte como um tronco daquelas árvores seculares que nos habituamos a ver nos jardins. Com mãos fortes capazes de derrubar qualquer muro. Hoje vi-o fraco, magro, vencido. Levado por um tumor que em 3 meses retirou dele a lúz e o brilho que sempre teve.

Hoje perdi o meu pai. Quem eu olhava e admirava. Um homem humilde, justo, reservado. Nunca foi dado a burburinhos nem especulações. Um homem que fez vida a malhar ferro e a segurar um maçarico, quente como as próprias entranhas da terra. Aprendeu a moldar o ferro e a construir coisas monumentais. Era um, apenas um, entre milhares, numa qualquer oficina da Lisnave. Mas era o meu pai.

Nunca lhe disse que tinha orgulho nele, mas ele sabia que eu tinha. Mas ficou por dizer, é um facto. E agora, de lagrimas a escorrer, só peço que um dia ele me tenha ouvido. E, acima de tudo, onde quer que ele esteja, espero que um dia ele tenha orgulho de mim.

Hoje perdi-te Pai, mas vais estar sempre vivo dentro de mim. Aqui dentro, nunca te deixarei morrer. Isso juro-te. Até sempre
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publicado por Zen às 20:04
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