Um blog sobre pessoas, relações e tudo o que nos une.
.posts recentes

. A Retoma

. Timidez - Impacto na e da...

. Timidez - Exercícios simp...

. As 7 questões que se deve...

. Deixar a velha magia no s...

. 10 Regras para ser um ser...

. Um pequeno conto budista

. Estou de volta

. A Timidez

. Votação no SAPO

.arquivos

. Fevereiro 2010

. Setembro 2008

. Julho 2008

. Julho 2007

. Junho 2007

. Março 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Setembro 2006

Domingo, 26 de Novembro de 2006
Dôr
É imensamente mais fácil falarmos das dores dos outros. É simples sermos racionais e directos. Sermos calculistas e pensarmos qual a melhor palavra, como colocarmos os braços, como olharmos. é facil prevermos o momento certo em que colocamos a nossa mão no ombro de quem sofre, de forma a que sinta o carinho certo no momento certo.

Hoje falo-vos sem essa preparação. Hoje falo sem premeditação. Pelo primeira vez escrevo de improviso. Sobre um dos temas mais abrangentes que podem haver: a dôr. E escrevo isto com lágrimas nos olhos porque me doi.

Hoje perdi o meu pai. Perdi-o para a doença mais estúpida que existe. Sempre o vi forte como um tronco daquelas árvores seculares que nos habituamos a ver nos jardins. Com mãos fortes capazes de derrubar qualquer muro. Hoje vi-o fraco, magro, vencido. Levado por um tumor que em 3 meses retirou dele a lúz e o brilho que sempre teve.

Hoje perdi o meu pai. Quem eu olhava e admirava. Um homem humilde, justo, reservado. Nunca foi dado a burburinhos nem especulações. Um homem que fez vida a malhar ferro e a segurar um maçarico, quente como as próprias entranhas da terra. Aprendeu a moldar o ferro e a construir coisas monumentais. Era um, apenas um, entre milhares, numa qualquer oficina da Lisnave. Mas era o meu pai.

Nunca lhe disse que tinha orgulho nele, mas ele sabia que eu tinha. Mas ficou por dizer, é um facto. E agora, de lagrimas a escorrer, só peço que um dia ele me tenha ouvido. E, acima de tudo, onde quer que ele esteja, espero que um dia ele tenha orgulho de mim.

Hoje perdi-te Pai, mas vais estar sempre vivo dentro de mim. Aqui dentro, nunca te deixarei morrer. Isso juro-te. Até sempre
tags: , , ,
publicado por Zen às 20:04
link do post | comentar | ver comentários (7) | favorito
Quinta-feira, 9 de Novembro de 2006
O Choro interior
Faz algum tempo que este blog não recebe as actualizações que merece. A partir de agora pretendo mudar isso.

O Choro interior

Quantas e quantas vezes não damos por nós a chorar para dentro? Aos poucos, sentimos um pedaço de nós a morrer e a deixar-nos. Aos fazermos isso estamos a cravar dentro de nós a nossa amargura. De tanto chorarmos para dentro, corremos o risco de deixarmos de saber chorar. Tornamo-nos frios, distantes e calculistas. Tornamo-nos sós, mesmo quando estamos no meio de multidões.

Todos temos de ter um momento só para nós. Um abrigo ou um refúgio. Um sítio onde possamos gritar, chorar, rir. Um sítio onde apenas nós existimos. Quantas vezes damos por nós, sozinhos, em locais como um elevador, a fazer caretas para o espelho e a fazermos aquilo que temos de facto vontade? Fazermos caretas a um espelho liberta-nos de uma forma indescritível . Sem termos medo da critica e do sentido de ridículo .

Proponho um exercício: Refugie-se num espaço só seu. Onde tem a certeza que não vai ser encontrado e/ou incomodado. Uma arrecadação, um armário, um local algures numa mata, longe de tudo. E ria, chore, grite, faça caretas. Leve um espelho consigo e faça caretas de forma a fazer-se rir. Lembre-se que ninguém está a ver. Chore se precisar, ria se precisar. Deixe sair para fora todas essas emoções que estão presas aí dentro. Verá que depois, o sol vai brilhar mais bonito.

publicado por Zen às 12:24
link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito
.pesquisar
 
.tags

. todas as tags

.links
.subscrever feeds